Em 1925, casou-se com Dolores
Dutra de Morais, com quem teve sua única filha, Maria
Julieta Drummond de Andrade.
No mesmo ano em que publica a
primeira obra poética, "Alguma poesia" (1930), o seu poema
Sentimental é declamado na conferência "Poesia Moderníssima do
Brasil"[1], feita no curso de férias da
Faculdade de Letras de Coimbra, pelo professor da Cadeira de Estudos
Brasileiros, Dr. Manoel de Souza Pinto, no contexto da política de difusão da
literatura brasileira nas Universidades Portuguesas. Durante a maior parte da
vida, Drummond foi funcionário público, embora tenha começado a escrever cedo e
prosseguindo até seu falecimento, que se deu em 1987 no Rio de Janeiro, doze dias após a morte de sua
filha.[6] Além de poesia, produziu livros infantis,contos e crônicas.
Drummond e o
modernismo brasileiro
Drummond, como os modernistas,segue a libertação proposta por Mário e Oswald de
Andrade; com a instituição do verso livre, mostrando que este não depende de um
metro fixo.[1] Se dividirmos o modernismo numa
corrente mais lírica e subjetiva e outra mais objetiva e concreta, Drummond
faria parte da segunda, ao lado do próprio Oswald de Andrade.[1]
A poesia de Drummond
Quando se diz que Drummond foi o
primeiro grande poeta a se afirmar depois das estreias modernistas, não se está
querendo dizer que Drummond seja um modernista. De fato herda a liberdade
linguística, o verso livre, o metro livre, as temáticas cotidianas.[1]
Mas vai além. "A obra de Drummond
alcança — como Fernando Pessoa ou Jorge de Lima,Herberto Helder ou Murilo Mendes — um coeficiente de solidão, que o desprende do próprio solo da
História, levando o leitor a uma atitude livre de referências, ou de marcas
ideológicas, ou prospectivas", afirma Alfredo Bosi (1994).
Affonso Romano de
Sant'ana costuma estabelecer a poesia de Carlos
Drummond a partir da dialética "eu x mundo", desdobrando-se em três
atitudes:
§ Eu maior que o mundo
— marcada pela poesia irônica
§ Eu menor que o mundo
— marcada pela poesia social
§ Eu igual ao mundo —
abrange a poesia metafísica
Sobre a poesia política, algo
incipiente até então, deve-se notar o contexto em que Drummond escreve. A
civilização que se forma a partir da Guerra Fria está fortemente amarrada ao
neocapitalismo, à tecnocracia, às ditaduras de toda sorte, e ressoou dura e
secamente no eu artístico do último Drummond, que volta, com frequência, à
aridez desenganada dos primeiros versos: A poesia é incomunicável
/ Fique quieto no seu canto. / Não ame.[1] Muito a propósito da sua posição
política, Drummond diz, curiosamente, na página 82 da sua obra "O
Obervador no Escritório", Rio de Janeiro, Editora Record, 1985, que
"Mietta Santiago, a escritora, expõe-me sua posição filosófica: Do pescoço
para baixo sou marxista, porém do pescoço para cima sou espiritualista e creio
em Deus."
Obra literária
§ Da
utilidade dos animais
Antologia
poética
Infantis
§ Rick e a
Girafa [7]